quarta-feira, 27 de maio de 2009

Entrega

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Participei sim. Era junto com um grupo espírita chamado GELA [Grupo Espírita Leôncio de Albuquerque]. Eu não sou espírita, mas todo sábado ia para participar da entrega de sopa. Participei por seis meses do ano passado [2008]. Tive que parar de frequentar por causa do curso de alemão aos sábados.

Um amigo da faculdade comentou que ele participava desse grupo desde os 10 anos de idade e que os voluntários sempre estavam precisando de ajuda. Como eu procuradava algum trabalho voluntário há tempos, essa pareceu a oportunidade ideal.

Nós levávamos sopa, pão e uma garrafa de água. Íamos de carro, parávamos nos lugares com maior concentração de moradores de rua e distribuíamos os alimentos. Ou, quando víamos alguém na rua, parávamos o carro para dar.

Chegávamos lá no GELA às 10h para preparar tudo: lavar garrafas, comprar e cortar pão. Costumávamos sair para as ruas às 12h.

Foi ótimo, eu adorava. Acordava cedo com prazer para ir lá. Era realmente gratificante: na verdade, acredito que eu me sentia melhor do que as pessoas que recebiam o alimento. Acabamos fazendo amizade com as pessoas, que ficavam esperando ansiosas pela nossa chegada.

Pode ser uma justificativa um pouco egoísta, mas era muito gratificante mesmo saber que, pelo menos naquele dia, aquelas pessoas teriam o que comer. Mas, ao mesmo tempo, ficava pensando o que iria acontecer no resto da semana, como seria a vida deles...

Acabávamos nos envolvendo com as histórias de cada um. Certa vez, encontramos um senhor que tocava gaita e escrevia músicas. Ficamos mais de uma hora conversando e cantando com ele. Foi um dos dias mais legais...

Só que uma hora acaba, você vai para a sua casa e percebe que eles continuam lá. Lidar com isso não é fácil, mas era bom saber que pelo menos estávamos tentando ajudar um pouco.

Participe, você vai adorar. É uma experiência incrível.

Lorena Piñeiro, estudante de jornalismo da Universidade Federal Fluminense.
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Paulo Júnior

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