quinta-feira, 21 de maio de 2009

O melhor remédio

Juntar a vontade de cuidar com as artes cênicas. Assim Fernanda Magalhães descreve o objetivo e a inspiração que resultou na criação da Clínica da Alegria, junto com sua mãe e irmão em 2001. Após estudar teatro, Fernanda começou a cursar enfermagem graças ao projeto, que hoje atende a diversos hospitais, postos de saúde e pousadas geriátricas da região de Niterói. O projeto é baseado na experiência do médico americano Hunter Adams, que se tornou famoso após o filme ''Patch Adams'', estrelado por Robin Williams.

No início, a Clínica da Alegria contava apenas com amigos e familiares de Fernanda. Hoje já são 15 voluntários que atuam nos hospitais de Niterói. Ela conta que no início alguns profissionais da saúde olhavam ''meio torto'' para os narizes vermelhos e as roupas coloridas, mas com o tempo a maioria se convenceu de que o método de trabalho é útil e muito importante.

Através do riso e da alegria, os pacientes esquecem momentaneamente suas dificuldades físicas e a solidão, e se tornam plenamente felizes, ao menos durante a visita dos voluntários. Eles conseguem dar atenção especial e um tratamento mais humano às crianças, jovens e adultos. Muitas vezes, os hospitais não conseguem atender a demanda total devido ao grande
número de pacientes. É nessa brecha que os voluntários da Clínica entram e ajudam a deixar o ambiente hospitalar mais leve e descontraído.


Fernanda lembra que nesse trabalho a doença é o que menos importa, e que é necessário muita sensibilidade no trato com alguns tipos de enfermos. ''Saber respeitar o espaço de cada um é importante'', ela diz. Para fazer parte do projeto é necessário passar por um treinamento de 2 meses, para aprender como lidar com certas situações, o jogo de cintura e o improviso, entre outras habilidades.


As Dificuldades


Apesar de toda a felicidade e compensação emocional que o trabalho proporciona aos voluntários, Fernanda revela que a falta de apoio financeiro é a maior dificuldade para manter o projeto em funcionamento. A Clínica da Alegria se tornou uma ONG há apenas dois anos e ainda encontra alguns obstáculos para financiar suas atividades.
O blog da instituição põe alguns produtos (mousepads, camisas, canecas) à venda. Além desta fonte de renda, a Clínica da Alegria também sobrevive graças ao esforço de Fernanda e de sua mãe, além da ajuda de amigos e de doações. Ela lamenta a falta de mais investimentos, mas afirma que sua energia se renova a cada visita, a cada agradecimento que recebe de um paciente.

Renan Castro

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